Desde que comecei a postar sobre os pilotos que estavam participando da Indy Lights, ou quando alguns veem as reportagens sobre ela e sabem que eu gosto da categoria, me fazem essa pergunta.  No total, creio que já foram três, ou quatro, ou cinco, mas acho que eram quatro; bem, não tenho certeza, então vou pelo mais baixo:  cerca de três dúzias de pessoas já me fizeram essa pergunta ou fizeram essa pergunta em fóruns em que eu estava inserido.

Até o Wikipédia se cansou.  Fonte: Wikipédia.
Pois bem, vamos examinar isso a fundo:  por que o Alex Baron que corre na Lights não é o Alex Barron que correu na CART/IRL?  Bem, primeiramente, porque eles são pessoas diferentes.  A primeira dica já está na postagem, conte o número de letras 'r' que tem em cada sobrenome;  caso você seja bom de contar coisas, perceberá que o sobrenome do piloto da Lights tem apenas uma dessas consoantes, enquanto o antigo piloto da CART possui duas delas, fazendo com que o Galvão Bueno possa fazer aquele som irritante que faz quando decide estender a duplicidade da consoante.  Não tem segundamente nem posteriormente.

E é isso.  Mas para esse texto não ficar tão curto e superficial, vamos falar mais sobre os dois pilotos e suas diferenças, já que creio que raramente terei a oportunidade de falar de ambos ao mesmo tempo.  Comecemos pelo piloto mais importante, o que conquistou mais títulos e pelo mais bonito, ou seja, o piloto da Lights.

Alex Baron (com um 'r' só).


O francês (diferença 1) de 19 anos (diferença 2) estava no kart até 2011 (diferença 3), até decidir que os carrinhos minúsculos eram pouco pra ele, o piloto queria progredir e seguir em frente com sua carreira.  Então, como todo garoto francês que decide progredir sua carreira depois de  conseguir bons resultados no kart, entrou na F-4 Francesa (diferença 4).  Então em 2012, ele entra na F-4 Francesa e de cara é campeão (diferença 5, mas já chega de contar diferenças né...), ganhando nove das treze corridas disputadas.  Com tamanho sucesso, o piloto não poderia parar, e então embarca num desafio de novas categorias:  a Fórmula Renault NEC e a Eurocup.

Mas ele quebra a cara.  Ele disputou treze provas ao total, só que dessa vez venceu nenhuma; aliás, nem entre os dez primeiros ele chegou em prova alguma.  O mais perto que chegou de um bom resultado foi de um décimo segundo lugar na primeira bateria e na décima terceira posição na segunda bateria do polêmico circuito de Moscou, mas de resto, apenas resultados mais inexpressivos ainda ou abandonos.

Isso frustra qualquer um.  Poxa, estava tão bem na F-4 e, de repente, esse choque de realidade.  Mudar de ares, geralmente, resolve o problema, então o piloto embarcou para os Estados Unidos, a terra das oportunidades automobilísticas.  Então ele embarca de mala e cuia em 2013 mesmo, para disputar etapas finais da USF2000, pela Afterburner Autosport.

E chegou mandando muito bem.  Logo na primeira corrida em Laguna Seca, o jovem francês fez aquilo que
apenas Garett Grist e o brasileiro Danilo Estrela tinham conseguido fazer:  Ganharam dos pilotos da Cape, e venceu a prova.  E ainda Repetiu o feito na última bateria do ano, em Houston.  O Francês mostrou o grande talento que tem, e pulou a Pro Mazda, entrando diretamente a Indy Lights pela Belardi, onde está atualmente para, quem sabe um dia, ser mais um francês da Indycar.


Alex Barron (com dois 'r').


Já o velho piloto americano nasceu em Carmem San Diego, há 43 anos atrás, e começou bem tarde no automobilismo mais seriamente.  Apenas aos 26 anos, o piloto decide sair do kartismo e ir para os monopostos, disputando a USF2000 (que já existia naquela época).

Terminando razoavelmente bem, com um oitavo lugar no campeonato e uma vitória, não demorou a subir para a F-Atlantic, até então o próximo passo lógico para se entrar nas categorias máiximas dos monopostos.  Em 1997, mesmo com duas corridas a menos, foi campeão da categoria com cinco vitórias em sete corridas.  Esse seria o único campeonato a ser vencido pelo piloto nos monopostos.

Ao invés de seguir para a Indy Lights, na estrada lógica para uma das categorias principais, o pilot estreia diretamente na CART em 1998.  Na CART permaneceu até o ano de 2001, quando a categoria já dava sinais fortes de falência.  Em sua passagem, pilotou pela All American Racing, equipe de sua estreia e onde ficou por dois anos, sofreu um ano na Dale Coyne e chegou a pilotar pela Penske em duas provas, mas sempre sem destaque.

Em 2001, sua carreira tomaria novos rumos.  A antiga equipe Aciero é comprada e englobada por Larry ativo e funcionando). A equipe contrata Barron, que pilota nas duas últimas corridas da equipe na CART e a temporada toda de 2002.  Ali começaria a história do piloto com a IRL, que duraria até 2005, pela Blair, Mo Nunn, e pela Team Cheever, patrocinada pela Red Bull, do fim de 2003 até o fim da temporada em 2005.
Blair, fundando a Blair Racing (que, assustadoramente, ainda tem seu site

Na história, disputou cinco Indy 500, e o melhor resultado foi um quarto lugar no primeiro ano.  Nos anos seguintes, conseguiu um sexto lugar em 2003, e a partir daí não consegiu mais entrar no top 10 no fim da corrida.

Em 2006, seu contrato o patrocinador e o time do piloto-dono Eddie Cheever não é renovado.  Com isso, não havendo muitas opções, vai apoiar um pouco a Polestar Racing Group e volta a dirigir na Atlantic Series, aos 36 anos.  Mas o carro era uma draga e o campeonato foi pífio.

Normalmente, um campeonato ruim em uma categoria menor acabaria com a carreira.  Mas não foi isso o que aconteceu com Barron.  Em 2007, a Beck Motorsports iria tentar pela primeira vez participar das 500 milhas de Indianápolis de 2007, e com o apoio da Curb-Agajanian, a equipe alinharia com Alex (até então com 37 anos) para disputar as duas primeiras corridas ovais e também a Indy 500 daquele ano.  Nessa Indy 500, terminou na 15ª posição, e nunca mais apareceu na Indycar.

Para finalizar sua carreira, o piloto ainda participou das famosas 24 horas de Daytona, pilotando na categoria DR, pilotando e ganhando em sua categoria com um carro fabricado pela Lexus.  Após isso, o piloto se aposenta, curte a família e curte sua vida em San Diego.





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